Embora goste bastante de motas, sempre fui mais um expectador atento (quer da parte comercial, quer da desportiva) do que um verdadeiro apaixonado daqueles que estão sempre ao corrente das mais recentes novidades e dos mais infímos detalhes.
No entanto, sempre prestei atenção àquelas motas que se designam de bastante exclusivas ou até raras, como era o caso das Ducati, Bimota ou mais recentemente as MV Agusta.
No entanto, sempre prestei atenção àquelas motas que se designam de bastante exclusivas ou até raras, como era o caso das Ducati, Bimota ou mais recentemente as MV Agusta.
Houve no entanto um modelo específico de uma marca generalista, que sempre se destacou no meu imaginário como algo à parte, essa mota era a HONDA NR. Não por ser digna de uma beleza extraordinária ou fora do vulgar, mas como estudante de engenharia à época, apaixonou-me o facto desta mota ser uma montra técnológica da Honda.
Senão vejamos, o motor tinha de capacidade 749cc e era um V4 a 90º. Até aqui nada de especial, no entanto os 4 pistons eram ovais, cada um com duas bielas e 8 valvulas por cilindro, já para não falar da parafernália de materiais nobres de que era feita. O motor debitava 125cv às 14.000 rpm, o que até pode parecer pouco, mas face ao baixo peso e isto ser à 20 anos, tem que se lhe diga.
As fotos abaixo ilustram o que esta mota tinha (e tem) de fantástico, mesmo para quem pouco percebe de mecânica.
O que me fez voltar a recordar este marco da industria motociclística, cerca de 20 anos depois do modelo ter saído para a estrada, foi o facto de um concessionário Honda em Estocolmo (Suécia) ter à poucos dias "desempacotado" pela primeira vez, uma Honda NR completamente nova que guardou durante quase 20 anos em armazém, tal e qual como saiu da fábrica. É o que literalmente se pode chamar, uma mota completamente original (fluidos incluídos).Mas a notícia não é apenas esta, pois simultâneamente o mesmo concessionário "desempacotou", também nas mesmas condições de originalidade, outro marco do motociclismo e esta com mais de 20 anos. Falo de uma Honda RC30, mota que foi construída com o objectivo de homologação do modelo para o Campeonato do Mundo de Superbikes, onde se usava motores também de 750cc (se fossem de 4 cilindros). Para tal a Honda necessitou de construir umas quantas mota de série. Portanto, não é mais que uma mota de competição que alguns felizardos se davam ao luxo de usar na estrada, para ir apenas ao café, ou até só para colecção.
Claro que falta referir que quer a Honda NR, quer a Honda RC30, não eram propriamente baratas. Antes pelo contrário, a exclusividade delas começava logo no preço. A NR foi comercializada em Portugal por um valor de cerca de 10.000 contos (50.000€), se a memória não me falha. A RC30 não faço ideia, mas pelo que pesquisei andava a cerca do dobro do preço de uma mota "equivalente" (mesma cilindrada, mesma marca e desportiva).
Mas o melhor é assistir ao video onde mostra estas duas beldades a sairem da caixa onde repouzaram, tal como um belo vinho do Porto, durante quase 20 anos.
Mas o melhor é assistir ao video onde mostra estas duas beldades a sairem da caixa onde repouzaram, tal como um belo vinho do Porto, durante quase 20 anos.
4 comentários:
Muito bom este Post. Assim, há ainda alguns felizardos que irão ter acesso a dois icons do mundo motociclistico em condições imaculadas.
Lembro-me na altura que toda a gente falava nesta mota. Toda a malta que eu conhecia andava de Sachs e Vespa. Esta mota era como o Space Shuttle para nós...
Bem visto, seguramente foram umas das motos mais miticas de todos os tempos, para quem reparara em promenores ve que a honda conseguia estar a frente anos de luz a todos os niveis. Actualmente já se torna mais dificil mas mesmo assim na minha opinião continua a ser a marca com uma tecnologia de ponta, pena que no japão se copiem uns aos outros. Sendo a honda uma marca generalista quando lança estes modelos mais exclusivos não são tão valorizados como outras marcas mais exclusivas (ducati, mv augusta, benelli,etc). Um caso desses e a Honha vtr1000 que quando saiu estava novamente na vanguarda.
Conheci uma em Cesar ,Oliveira de Azemeis para um adolescente como eu na altura era um sonho.
Ainda e linda
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