segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

José Megre

Foi com grande tristeza que no Sábado recebi a notícia da morte de José Megre.
Este Senhor é um pilar do automobilismo português, que eu apenas consigo encontrar paralelo em Alfredo César Torres (que infelizmente também nos abandonou prematuramente).
José Megre era por natureza um viajante. Ao contrário da maioria de nós que facilmente enumeramos os países onde já estivemos, ele há muito que contava pelos dedos das mãos aqueles que ainda não tinha visitado. Na realidade, faleceu com apenas 1 país soberano por visitar (Iraque), o que quer dizer que visitou e viajou por 193 países.
Foi o grande impulsionador do todo-o-terreno em Portugal, tendo o seu espírito de aventura levado-o a a participar no início da década de 80 no Paris -Dakar, usando para tal 3 dos saudosos UMM, tendo todos chegado ao fim.
Aqui fica um video recente, sobre o carro conduzido pelo José Megre, que depois de recuperado faz hoje parte do seu espólio.

Também no inicio da década de 80 criou o Clube Aventura, que foi responsável pela organização de diversos eventos TT.
Destacou-se a nível nacional e internacional pela qualidade das suas organizações, sejam elas passeios ou expedições TT a locais pouco cumuns, ou mesmo ao nível de provas internacionais de todo-o-terreno como as 24 Horas de TT (Fronteira), a Baja Portugal ou a Baja Portalegre (hoje Rali Transibérico).
O UMM referido na peça acima, ainda em Setembro de 2008 esteve exposto ao público, numa exposição que realizou numa propriedade familiar perto de Penamacor, onde juntou às viaturas que fazem parte do seu passado automobilístico (Datsun 1200, UMM, Nissan's Patrol, etc...) inúmeros objectos que foi aquirindo nos vários países que visitou, para além de brinquedos que foi coleccionando.
Para além do que refiro, muito haverá que contar sobre este Senhor do todo-o-terreno e do passeio-aventura. Certamente que nos próximos tempos terão lugar dignas homenagens a este homem a quem todos os apaixonados do TT tanto devem.
Um grande Bem Haja.
PJC

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

FIAT 500C

Está mesmo a chegar (será apresentado em Março no salão de Genebra) a mais recente variação desse carrinho tão engraçado que é o FIAT 500. Depois de ter surgido a versão mais desportiva sob a marca Abarth, eis que surge uma nova versão de carrosaria, que é a Cabriolet.Na verdade não é bem um cabriolet, mas sim aquilo que em tempos alguém chamou de "canvas top". Na prática é um tecto de lona retractil, que recolhe até à base do vidro traseiro, que replica o modelo usado originalmente nos Fiat Nuova 500 que saíram no final da década de 50, modelos que hoje para além de raros são caros. Para quem não se lembra desses modelos, direi que ao nível do tecto é semelhante ao sistema do actual Citroên C3 Pluriel.
Embora não seja exactamente um cabrio, acaba por resultar bem melhor, pois se fosse cabrio dificilmente conseguiria manter os 4 lugares da versão fechada, para além de alterar bastante a silhueta do carro, tornando-o muito mais caro de produzir e logo mais caro para quem o pretende comprar, mais pesado logo menos económico. Portanto, acho que foi uma boa opção.
O carro continua muito bonito e depois de uma Vespa, é seguramente a melhor opção para andar em grande estilo na cidade e arredores.
PJC

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Marklin

No seguimento dos post anterior dedicado a brinquedos, eis que tenho fazer referência novamente a brinquedos, embora estes sejam mais de graudos...
Efectivamente a conjuntura económica actual não está mesmo nada famosa.
Foi hoje notíciado que a Marklin decretou insolvencia depois de lhe ter sido recusado um empréstimo bancário de 50 Milhões de Euros.
http://www.ft.com/cms/s/0/a27e150c-f2dc-11dd-abe6-0000779fd2ac.html
Claro que será muito triste se esta marca desaparecer (algo que pode não chegar a acontecer) não só por todos os factores sociais envolvidos, mas porque é de facto um ícone das miniaturas à escala, sendo venerada por miudos e graúdos em todos os continentes.
Mas o facto mais triste tem a ver com o facto desta grande marca comemorar este ano 150 Anos. Seria muito mais bonito que os comemorassem com uma grande festa, do que com uma falência...
Vamos aguardar pelos desenvolvimentos... pode ser que consigam dar a volta por cima.
PJC

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Playmobil

Neste post vou fazer uma pausa nos automóveis e fazer uma pequena incursão aos mundo dos brinquedos de que também sou fã. Faleceu ontem o alemão Hans Beck. O que só por sí não é notícia, no entanto se eu disser que foi o inventor da Playmobil, aí já diz algo a muita gente. De facto até ontem, eu também desconhecia quem era este Sr., mas ao longo dos meus tempos de infância fui um grande adepto desta marca de brinquedos.Tive alguns modelos, que recebia ou no Aniversário ou no Natal (não é como agora que os putos recebem prendas por tudo e por nada, mesmo sem as merecerem) e porque sempre estimei os meus brinquedos, ainda hoje os tenho (algures) em razoável bom estado de conservação.Obviamente que a maioria dos modelos que tive eram automóveis ou veículo "motorizados" em geral :D, pois felizmente quase toda a gente sabia bem do que eu gostava. Os primeiros modelos que me chegaram às mãosnão se chamavam Playmobil, mas sim Famobil. Tanto quanto me lembro vinham de Espanha, pois creio que inicialmente não se vendiam em Portugal e do outro lado da fronteira adoptavam este nome.Confesso que já à algum tempo tempo que a minha memória não passava por este meus brinquedos, mas aproveitei o facto para fazer um rápido "flashback". Por isso aqui ficam algumas fotos de modelos que tive (tenho) e outros contemporâneos que desejei ter.
PJC

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

S 2000 Ultimate Edition

Não sei se tem ou não a ver com a crise global, mas a Honda depois de se retirar de tudo o que era competição á excepção do MotoGP, anunciou que durante o corrente ano irá terminar a produção do Honda S2000.Depois de ter sido lançado em 1999 (pois... já tem uns anitos), desde cedo este modelo impressionou quer pelo seu motor 2.0 atmosférico que debitava 240cv e que só chegava ao "redline" às 9.000rpm, já para não falar da beleza, qualidade dos seus interiores bem construidos, que aliavam requinte e simplicidade funcional. Ao fim de dez anos, foram produzidos e vendidos mais de 110.000 carros, tendo o mercado europeu absorvido cerca de 20.000 veículos.Para terminar em grande, a Honda decidiu lançar uma versão final, que mecanicamente nada difere do modelo actual, simplesmente tem alguns retoques estéticos e que chamou de Ultimate Edition, sendo todos os modelos numerados.Nesta versão pode-se escolher qualquer cor... desde que seja branco :-). Mas não é um branco qualquer, é o branco que foi usado no primeiro modelo de Formula 1 da marca em 1964. Ainda no exterior temos as novas jantes de 5 braços em liga leve escurecida (gosto mais das anteriores) e as letras S2000 em preto. No interior temos estofos em pele e carpetes em vermelho, de que não sou fã, mas que segue um pouco a tradição de cores usada nos modelos Type-R que vão buscar inspiração às cores da bandeira japonesa.Em resumo, este magnifico modelo que é apreciado quer pelos seus proprietários, quer por aqueles que desejam vira a sê-lo, vai despedir-se em grande e certamente vai deixar muitas saudades. Quem o tem certamente ficará mais agarrado a ele pois é um carro que vai passar a ser cada vez mais exclusivo. Quem não o tem, mas sonha em tê-lo mesmo em 2ª mão, vão provavelmente vê-lo valorizar um pouco a partir deste momento (a menos que a crise se mantenha).Só espero sinceramente que com esta onda de cortes de custos e investimentos, a Honda não deixe por muito tempo o lugar ocupado pelo S2000 vazio e que rapidamente faça chegar ao mercado outro modelo de excepção.
PJC

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Soichiro Honda


No seguimento do "post" anterior, aproveito para colocar aqui uma pequena história de vida do Sr. Soichiro. Quem sabe se não serve de inspiração para alguém:
Começou por investir tudo o que tinha numa pequena oficina, trabalhando dia e noite, dormindo inclusivé na própria oficina. Em determinado momento, para poder continuar nos negócios, empenha as jóias da esposa.
Quando apresentou o resultado final de seu trabalho a uma grande empresa, disseram-lhe que seu produto não tinha os padrões de qualidade exigidos.
Volta à escola e estudou mais dois anos, sendo vítima de gozo por parte dos seus colegas e de alguns professores que o chamavam "visionário", mas dois anos depois, a empresa que antes o tinha recusou finalmente assinou um contrato com ele.
Durante a guerra, sua fábrica foi bombardeada duas vezes, sendo grande parte dela é destruída. Ainda assim, volta a construir a fábrica, mas... um terremoto arrasa-a novamente.
Esta podia ser a gota de água e o homem desistia? Mas não! Imediatamente após a guerra segue-se uma grande escassez de gasolina em todo o país e não é possivel sair de automóvel, nem para comprar os bens essenciais para a família. Criativo, adapta um pequeno motor à sua bicicleta e sai à rua. Os vizinhos ficam maravilhados e todos querem também as chamadas bicicletas motorizadas.
As encomendas aumentam e rapidamente ficou sem produção para a procura. Decide então montar uma fábrica para essa novíssima invenção. Não tendo capital, resolve pedir ajuda a mais de quinze mil lojas espalhadas pelo país. Como a idéia é boa, consegue o apoio de mais ou menos cinco mil lojas, que lhe adiantam o capital necessário para a fábrica.
Encurtando a história: hoje a Honda Corporation é um dos maiores impérios da indústria automobilística japonesa e mundial, conhecida e respeitada no mundo inteiro.Tudo porque o Sr. Soichiro Honda, seu fundador, não se deixou abater pelos terríveis obstáculos que encontrou pela frente.
PJC

Automóveis Japoneses


Em geral sou fã das marcas de automóveis japonesas, por toda a filosofia que está por detrás de cada carro.

Recuando um pouco, os japoneses em meados do século passado, após as guerras em que estiveram envolvidos, tiveram de reconstruir todo o seu país. Para tal foram feitos grandes investimentos na produção indutrial, área onde desenvolveram uma verdadeira revolução nos métodos de produção e controlo de qualidade, que nos anos 70, 80 e 90 resultou em com que tudo o que fosse "made in Japan" fosse considerado produto de confiança, com qualidade e com preço justo (claro que o preço da mão de obra na altura também ajudava).

A produção automóvel foi obviamente umas das áreas que se desenvolveu bastante. Em determinado momento começaram a exportar para a Europa e Estados Unidos, veículos de melhor qualidade, melhor preço e manutenção mais barata dos que os equivalentes desses continentes. Não eram carros requintados como os Ingleses ou Alemães, ou desportivos e belos como os Italianos, ou enormes e gastadores como os Americanos. Eram sim, económicos, fiáveis e cumpriam com eficácia a função de meio de transporte.

Os construtores japoneses raramente gastaram enormes fortunas a desenvolver novas tecnologias, mas eram e sempre foram muito bons a estudar e copiar as boas ideias, aperfeiçoando-as e melhorando-as ganhando assim vantagem competitiva sobre os seus concorrentes.

Em poucos anos, dominaram completamente o mercado Americano e os carros japoneses saltaram para os top de vendas em pouco tempo. Na Europa não foi tão simples devido ao proteccionismo, mas a pouco e pouco a obteve o seu lugar de destaque e reconhecimento.

Por tudo o que estudei relacionado com Manutenção Industrial, ganhei uma grande admiração pelo método japonês e que juntamente com o gosto por automóveis fez-me passar a apreciar os produtos do país do sol nascente.

Hoje a realidade não é exactamente a mesma, pois a globalização mudou muita coisa, a concorrência acordou, no entanto continuo a achar que os automóveis japoneses continuam a liderar naquilo a que os ingleses chamam de "value for money".

Sei que nem sempre a escolha de um automóvel é racional, na verdade a maioria das vezes é muito emocional e neste ultimo item as marcas japonesas em geral não estão no top, ainda assim continuo a preferir um belo japonês a um qualquer europeu (os americanos para mim não contam), embora reconheça que eu também sou livre de me tentar pela emoção.

PJC